sexta-feira, 25 de julho de 2014

Diário de uma dieta #1

Cá estou eu em dieta há dois dias.
Estou a inventar a minha própria dieta, então não se pode dizer que seja dieta nenhuma, mas para uma miúda que só almoçava pão com pasta de atum e coca-cola e jantava chocapic, é uma espécie de dieta!
 
Quarta-feira:
Almoço - arroz de pato e sumo de manga com morango e melancia de sobremesa
Lanche - iogurte grego natural e meio pão sem nada
Jantar - bife panado com arroz simples e água
 
Quinta-feira:
Almoço - bife com batata cozida em vez de batatas fritas e água
Lanche - iogurte grego natural e uma fatia de bolo de chocolate
Jantar - lasanha e água
 
Sexta-feira:
Almoço - prato de sopa, meia bifana sem molhos e água
Lanche - pão de sementes com fiambre, iogurte grego e uvas
Jantar - ? ainda não sei mas terá água como bebida
 
A grande diferença? Estou a beber litradas de água. Água e leite ao pequeno almoço são as únicas coisas que bebo.
 
Hoje estou a sentir menos falta de coca-cola mas no supermercado ainda dei por mim a ponderar comprar uma latinha. Resisti e enchi-me de mais água.
 
Acho que lasanha não seja minimamente indicado numa dieta, mas a dieta a sério só vai começar quando entrar de férias. Para já, e estando sozinha em casa, não consigo fazer muito melhor que isto.

Tenho sentido muita fome durante a tarde, período em que comia sempre um pão de deus ou um palmier simples ou chocolate e coca-cola.

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Mentalidade e hábito

Acho que é mais difícil mudar uma mentalidade que um hábito.
 
Aterrada com os números da balança, finalmente convenci-me a fazer dieta. Nada muito radical mas com especial enfoque naquilo que verdadeiramente me engorda: a coca-cola.
 
Há dois dias que não bebo e a cada hora que passa é um esforço enorme que faço para continuar sem beber, porque estou viciada naquilo. Como medida preventiva, comuniquei à família e às colegas de sala que deixei de beber, porque se me sentir policiada é-me mais fácil resistir.
 
Mas às vezes dou por mim a pensar "agora que ninguém está aqui, a reparar em mim, é boa altura para ir comprar uma coca-cola".
 
Mas depois paro e penso: mas eu estou a fazer isto por eles ou por mim?! Eles querem lá saber se eu bebo ou deixo de beber. Eu é que tenho que não querer beber, para voltar a ser saudável.
 
Mas é difícil. Estou sempre a tentar arranjar maneiras de me boicotar, pensando que como ontem não bebi, uma agora não faz mal nenhum. E ainda só passaram dois dias. Não sei se com o tempo vai tornar-se mais fácil nem sei se vou conseguir sempre resistir. Mas quero acreditar que sim.
 

terça-feira, 22 de julho de 2014

Sempre me dei muito bem com o meu pai, tínhamos uma cumplicidade enorme. Tínhamos uma espécie de código secreto, piadas só nossas e que mais ninguém compreendia. Era uma relação muito especial. Sempre procurei nos rapazes um reflexo do meu pai, amigo, divertido, generoso, um homem de família. Mas ele era tanto homem de família quanto homem de salão. E sempre ouvi a minha mãe dizer, e sempre concordei, que os homens de salão nunca são bons maridos.
Mas desde que os meus pais se separaram, esta relação especial perdeu-se. Começou a perder-se discretamente, um ligeiro afastamento, mas também eu já vivia sozinha há alguns meses, já estava fisicamente ausente dele. E depois começou a perder-se emocionalmente. Porque outra pessoa entrou na vida dele, com a sua família, que se tornou a família dele. E ele foi se modificando. Para os outros continuava a ser o homem de salão, sempre alegre, sempre em risadas. Para nós tornou-se triste e lamuriento. Depressivo até. A namorada que arranjou (anos depois continuo a achar estranho dizer que o meu pai tem namorada) fê-lo tomar atitudes que eu não previa. Coisas que antes para ele eram importantes parece que deixaram de ser. Eu não culpo ninguém nem tomo as dores de ninguém. Não o fiz aquando da separação, porque entre marido e mulher não se mete a colher, nem o faço agora no seio desta nova relação. E quero que ele seja feliz e esteja acompanhado. Juro que sim. Não tenho ciúmes nenhuns nem qualquer espírito de competição para com a namorada. Até gosto dela, é sempre muito simpática para mim e atenciosa. Mas vejo que ele mudou e não consigo deixar de achar que ela foi a causadora dessas mudanças. Já não sinto aquela empatia. Há vezes que o sinto mesmo um estranho. E isto faz-me profundamente infeliz.

terça-feira, 15 de julho de 2014

É de valor

Estou francamente impressionada: o monhé da loja de conveniência onde me abasteço dos meus vícios estava a falar numa língua esquisita com um rapazola com dois metros e mais branco que lixivia. Perguntei-lhe que língua estava a falar. Norueguês, respondeu ele.
O monhé é nepalês e que falava português, inglês e alemão eu já sabia. Mas que também falava norueguês é de valor.
Quando a minha M. tiver filhos, vou pedir ao monhé que me ensine a comunicar com os meus "sobrinhos" emigrolas....

Ele há vidas...

Tive que ir fazer um recado à rua; ao passar por uma esplanada completamente ensolarada o empregado lança-me um "quer aproveitar o nosso happy hour?".
Pois claro que quero! Vou só ali avisar o meu director que venho para aqui beber copos e volto as seis para picar o ponto.
Pois... parece que não dá... talvez para a próxima!

sexta-feira, 11 de julho de 2014

No escurinho do cinema


Já tinha visto este filme há uns anos e tinha gostado.
Ontem revi e voltei a gostar.
Porque é uma história comum, tanta gente arrasta consigo casos mal resolvidas ou interrompidos, tanta gente sente-se tentada a encontrar novidade e emoção fora de casa.
E porque continuo a achar o Guillaume Canet o francês mais giro de sempre!

Repost

Entrei muda e saí mudada.
E agora deixo-me ir na corrente.
Enquanto aquecer o coração, é bom. Enquanto fizer sonhar, deixo-me ficar.
 
 
Escrito neste blog em Março de 2010

quinta-feira, 10 de julho de 2014

Profecias que se auto-cumprem

Fui ali à casa de banho do estaminé, único sítio quentinho por aqui (dizem que lá fora está calor, mas cá dentro estou na Sibéria do ar condicionado) e enquanto estava na casa de banho olhei-me ao espelho e vi a minha pancinha.
Eu fui uma gaja boa até aos 26 anos. Era alta e magra. Mas depois dessa idade começou o processo de engordar, pior que o perú do Natal.
Fui vitima de uma profecia que se auto-cumpriu: "já não tens vinte anos, o corpo não te vai obedecer mais, a partir dos vinte e tais começas a engordar se não te mexeres".
Mas eu nunca me tinha mexido e eu comia todas as gordices que queria. E continuo a comer mas agora sou gorda. Até me terem dito isto, eu era magra. E depois foi tiro e queda... comecei a engordar. Os dez kg a mais estacionaram na minha pança e pernas e braços e pescoço e já não saíram daqui.
Se tenho feito dieta? Não. Se faço ginástica? Nop.
Se sou vítima dos meus próprios erros? Siiiim!
Mas continuo a acreditar que a culpa foi da praga que me lançaram, ao fazerem-me aquela profecia. Que se auto-cumpriu.